Quando falamos de sucessão em empresas familiares, muitas vezes a primeira ideia que surge é a escolha de um novo líder. Mas, como destaca o IBGC: sucessão não é apenas uma troca de comando, é um processo integrado e planejado que envolve três dimensões inseparáveis: Família, Propriedade e Gestão.
Esse olhar sistêmico foi estruturado no Modelo dos 3 Círculos, desenvolvido por John Davis, referência mundial em empresas familiares. Simples na forma e profundo no impacto, o modelo mostra que a sustentabilidade do negócio depende do equilíbrio e da harmonia entre esses três pilares.
1. Família: Relações e Valores que Sustentam o Legado
No círculo da família estão os valores, relacionamentos e identidade que conectam seus membros.
É nesse espaço que nasce a cultura de confiança, o compromisso com o legado e a motivação para manter a empresa no longo prazo.
Boas práticas incluem:
- Criar um Protocolo de Família com regras claras de convivência, entrada e saída de herdeiros.
- Promover diálogos estruturados em Conselhos de Família.
- Preparar as novas gerações como membros colaborativos, conscientes de seus papéis.
Sem alinhamento familiar, até mesmo negócios rentáveis podem perder força diante de conflitos e rupturas emocionais.
2. Propriedade: Controle e Patrimônio como Base da Continuidade
O círculo da propriedade trata da titularidade e do controle societário.
Aqui estão decisões cruciais: quem é sócio, como os lucros são distribuídos, quais os direitos e deveres de cada acionista.
Boas práticas incluem:
- Estabelecer Acordos de Sócios que previnam disputas e alinhem expectativas.
- Estruturar holdings familiares para proteger o patrimônio e facilitar a sucessão.
- Desenvolver educação societária para os herdeiros, garantindo que saibam atuar como bons proprietários.
Quando o círculo da propriedade não é bem cuidado, surgem conflitos entre sócios e falta de clareza sobre o futuro do patrimônio.
3. Gestão: Liderança e Operação para Resultados Sustentáveis
O círculo da gestão representa a condução do negócio no dia a dia, onde decisões estratégicas se transformam em resultados.
Boas práticas incluem:
- Definir critérios claros e meritocráticos para escolha de sucessores.
- Avaliar se o herdeiro tem perfil adequado ou se a empresa deve ser conduzida por executivos profissionais de mercado.
- Criar conselhos consultivos ou de administração, promovendo governança sólida.
Aqui mora um dos maiores dilemas: o fundador abrir espaço para a nova liderança, mantendo a empresa profissionalizada e preparada para os desafios do mercado.
Seu plano de sucessão contempla os 3 círculos?
O modelo de John Davis nos mostra que a longevidade das empresas familiares não depende apenas de bons números, mas do equilíbrio entre família, propriedade e gestão. E cuidar das interseções desses círculos é o segredo da mitigação de conflitos e divergências.
Se um desses pilares não for cuidado, todo o sistema pode entrar em risco. Por isso, a sucessão deve ser planejada de forma integrada, com governança clara e visão de futuro.
No Programa de Sucessão Empresarial e Patrimonial, em 9 encontros práticos, você aprenderá a alinhar esses três círculos para preparar sua empresa ou as empresas que você apoia nesse processo para enfrentar os desafios do futuro com estratégia e equilíbrio.
Construa negócios com visão de sucessão. Alinhe os 3 círculos e fortaleça seu legado.