A morte de Odete Roitman, uma das personagens mais emblemáticas da teledramaturgia brasileira, não foi apenas um choque para os fãs de novela. Foi também uma metáfora poderosa sobre o que acontece quando a liderança e o poder saem de cena e deixam para trás um império empresarial e familiar a ser conduzido.
Por trás da ficção, esse caso nos dá a chance de conversar sobre algo extremamente real e necessário: o planejamento sucessório, tanto empresarial quanto patrimonial. Afinal, nem mesmo Odete, com toda sua fortuna, influência e inteligência, escaparia das regras do Código Civil.
Logo após a morte de Odete, Marco Aurélio assumiu a presidência da empresa.
Esse movimento não é um ato sucessório por herança, e sim o resultado de uma governança corporativa bem estruturada. Em outras palavras, a empresa já dispunha de um plano de contingência emergencial que permitia a escolha imediata do sucessor mais preparado para assumir o comando, sem a necessidade de aguardar o inventário, a nomeação de inventariante ou alterações no contrato social/estatuto nos casos em que não há diretrizes específicas para falecimento. Isso demonstra que a sucessão da gestão estava desenhada para evitar a paralisação do negócio e prevenir sua eventual sucumbência por falta de plano de continuidade. Não significa que esse líder permanecerá indefinidamente no cargo, mas, em caráter de urgência, tratava-se da pessoa mais pronta para impedir que o barco afundasse.
Aqui está uma das lições centrais sob a ótica da governança corporativa: gestão e propriedade são dimensões distintas. Marco Aurélio, embora não integrante da família, era o executivo mais preparado para assumir o bastão e, por isso, passa a liderar a empresa, uma decisão ancorada em critérios de continuidade operacional. Já os efeitos sucessórios sobre o patrimônio de Odete seguem por um trilho próprio, regido pela sucessão patrimonial, que definirá a titularidade dos bens e direitos, independentemente da escolha do gestor no curto prazo.
Odete era casada com César Ribeiro sob o regime de separação convencional de bens. Muitos acham que, nesse caso, o cônjuge não herda nada. Isso é um erro comum. Pela legislação atual, mesmo nesse regime, César é considerado herdeiro necessário e, na ausência de testamento, tem direito a uma parte da herança. Assim, os bens de Odete seriam divididos igualmente entre César e seus três filhos: ¼ para cada um.
Muita gente também acredita que César teria direito à metade dos bens como meeiro, o que também está incorreto. Na separação total de bens, cada um possui seu patrimônio individual. Por isso, ele não tem direito à meação, mas sim à sua parte como herdeiro necessário.
Agora, e se Odete tivesse deixado um testamento? A história poderia tomar outro rumo. Pela lei, ela teria direito de dispor de até 50% de seu patrimônio como parte disponível, ou seja, poderia deixar essa fração a quem quisesse, um filho favorito, um neto, um amigo próximo ou até mesmo uma causa social. Os outros 50% são reservados aos herdeiros necessários e não podem ser retirados, mesmo com testamento.
Pensando no perfil da personagem, uma mulher forte, controladora, estrategista, seria totalmente plausível que ela deixasse um testamento com instruções claras sobre o futuro de sua fortuna. Isso mudaria completamente a dinâmica da partilha.
Esse exemplo mostra como, mesmo em famílias poderosas, a ausência de planejamento sucessório pode causar disputas, confusão e decisões que fogem completamente à vontade de quem construiu o patrimônio. Se Odete não cuidou disso em vida, sua herança foi regida pela lei, não pela sua própria vontade.
Aliás, esse é o destino da maioria dos patrimônios quando não há preparo: são decididos judicialmente, por meio de inventário, com alto custo financeiro, desgaste emocional e, muitas vezes, com a dilapidação de tudo o que foi conquistado.
O Que Isso Tem a Ver com Você e Sua Família Empresária?
A história de Odete Roitman é fictícia, mas o problema que ela ilustra é muito real. Segundo dados apenas 30% das empresas familiares sobrevivem à transição para a segunda geração. E os motivos são claros: falta de planejamento, ausência de regras, documentos desatualizados ou inexistentes, e uma separação malfeita entre os papéis de herdeiros, gestores e sócios.
É por isso que o Programa de Sucessão Empresarial e Patrimonial existe: para ajudar famílias a construírem a continuidade do seu legado de forma estruturada, consciente e com clareza de papéis. Por meio de ferramentas como o protocolo de família, acordos de sócios, testamentos, holdings, doações planejadas, critérios para sucessão da gestão e estratégias para preparar herdeiros, o programa ajuda a evitar que um império seja destruído por falta de preparo.
Nem mesmo Odete escaparia das regras da sucessão. E você? Vai deixar que a lei decida o futuro do seu patrimônio ou vai tomar as rédeas da sua história?
Se você quer garantir que a sucessão da sua empresa e do seu patrimônio aconteça de forma planejada, com harmonia familiar e preservação do legado, entre em contato e conheça o programa. Sua família e seu negócio merecem essa continuidade.