A Falta de Sucessão Coloca em Xeque a Continuidade da Empresa
Por mais admirável que seja a figura do fundador, visionário, corajoso, resiliente, há um ponto crítico que muitos evitam enfrentar: o momento de sair de cena. Não planejar a sucessão é um dos maiores riscos à continuidade de uma empresa familiar, e os números mostram isso com clareza.
Segundo o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), apenas 30% das empresas familiares sobrevivem à segunda geração, e menos de 10% chegam à terceira. Em grande parte, isso acontece porque o fundador permanece no controle por tempo demais, muitas vezes por medo, insegurança ou apego e acaba adiando decisões fundamentais para o futuro do negócio e da família.
Por que o futuro da empresa entra em risco?
- Falta de preparo da nova geração Quando o bastão não é passado com planejamento e intencionalidade, a próxima geração não tem tempo ou espaço para se desenvolver. Isso cria um vazio de liderança que, quando surge uma crise, seja pessoal, financeira ou de mercado, pode se tornar fatal.
- Conflitos familiares e societários A ausência de um processo claro de sucessão frequentemente alimenta rivalidades entre irmãos, primos ou outros familiares. Sem regras definidas e critérios transparentes, decisões importantes viram disputas pessoais, e a empresa sofre.
- Estagnação estratégica A inovação exige oxigenação. Fundadores que concentram todas as decisões por longos períodos podem, mesmo sem perceber, travar o crescimento da empresa, desmotivando talentos e deixando de acompanhar as transformações do mercado.
- Perda de valor e reputação Quando não há uma liderança clara e preparada, a percepção externa (de fornecedores, clientes, investidores e até colaboradores) é de incerteza. O valor da marca, da confiança e até das ações pode despencar.
Passar o bastão é um gesto de grandeza, não de fraqueza
A sucessão não precisa (e nem deve) acontecer de forma abrupta. Ela pode (e deve) ser planejada com antecedência, envolvendo diálogo, avaliação de perfis, definição de papéis e uso de ferramentas de governança dando suporte a todo o processo, como protocolos familiares, acordos societários, manuais e regimentos.
Mais do que garantir continuidade, um bom planejamento sucessório protege o legado do fundador, preserva a harmonia familiar e fortalece a empresa para enfrentar o futuro com segurança.
Quando é o momento certo para planejar a sucessão?
Muitos acreditam que o planejamento sucessório deve começar quando o fundador está cansado ou próximo da aposentadoria. Essa é uma visão equivocada e perigosa.
O melhor momento para iniciar esse processo é enquanto o fundador está bem, ativo e com lucidez plena para liderar a transição com serenidade.
Começar cedo permite que o fundador:
- Prepare com calma a nova liderança (familiar ou não);
- Compartilhe conhecimento estratégico e cultura empresarial de forma estruturada;
- Tome decisões sem pressão de saúde, idade ou crises externas;
- Mantenha sua autoridade durante a transição, ajudando a legitimar o sucessor diante da equipe e da família.
A sucessão não é um evento, é um processo que exige tempo, diálogo e preparo. Quando bem conduzida, ela traz tranquilidade, engajamento e longevidade ao negócio.
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Porque o maior risco é deixar para depois.