No dia 4 de setembro de 2025, o mundo se despediu de Giorgio Armani, um dos maiores nomes da moda internacional, arquiteto da elegância italiana e símbolo de um estilo atemporal. Após quase cinco décadas à frente da marca que construiu com dedicação e controle absoluto, Armani encerra sua trajetória com uma pergunta que reverbera entre famílias empresárias e executivos: quem cuidará do império agora?
Giorgio Armani não apenas desenhou roupas. Ele moldou uma filosofia de vida. Criou uma estética baseada no equilíbrio, no bom gosto e na ausência de excessos. Mais do que isso, edificou uma organização que carrega seu nome e sua identidade, um legado que agora depende de continuidade e preparo.
Fundador Visionário, Planejador Cuidadoso
Armani era o único acionista da empresa que fundou em 1975, ao lado de Sergio Galeotti. A marca se tornou referência mundial, com presença em moda, arquitetura, mobiliário e até hotelaria.
Sempre no controle de tudo, como ele mesmo dizia:
“Minha maior fraqueza é estar no controle de tudo.”
Mas, nos últimos anos, Giorgio se dedicou a um dos desafios mais importantes da sua vida: a sucessão.
Ele afirmou em entrevista:
“Consiste em uma transição gradual das responsabilidades para aqueles mais próximos de mim.”
A sucessão em movimento
Entre nomes indicados, destacou-se Leo Dell’Orco, companheiro de vida e diretor do segmento masculino da grife. Embora tenha evitado declarações diretas sobre familiares, Armani já havia citado pessoas de confiança: sua irmã Rosanna, as sobrinhas Silvana e Roberta, e o sobrinho Andrea Camerana. Todos com atuação concreta nas empresas do grupo e na Fundação Armani.
Essa preparação discreta, mas consistente, é um exemplo de sucessão orgânica. Sem imposições externas, sem rupturas abruptas, mantendo os pilares do legado, mas com abertura para novas mãos e visões.
Um exemplo de sucessão bem planejada
O caso Armani traz à tona temas centrais para qualquer empresa familiar: a importância da governança, o papel da família, o preparo das próximas gerações e o planejamento sucessório. De acordo com estudos amplamente reconhecidos, como os do IBGC, apenas 30% das empresas familiares superam a transição para a segunda geração. Entre as principais causas de insucesso, destacam-se a ausência de planejamento, a falta de diálogo e a resistência em abrir mão do controle.
Armani, apesar de seu perfil controlador, escolheu outro caminho. Deixou de ser apenas o estilista e passou a ser o arquiteto de sua própria sucessão. Criou mecanismos, envolveu pessoas e formalizou estruturas que permitem à marca seguir viva, mesmo sem sua presença física.
Muito além do negócio
Ao afirmar que seu maior arrependimento foi ter dedicado pouco tempo à família, Giorgio Armani revela um dilema comum entre fundadores: a entrega total à empresa, muitas vezes em detrimento das relações familiares.
O verdadeiro planejamento sucessório vai além da continuidade da empresa. Ele preserva valores, vínculos e o patrimônio compartilhado.
A trajetória de Armani mostra que nenhum legado resiste ao improviso. Sucessão exige preparo, governança, diálogo e respeito entre gerações.
E a sua empresa, está pronta para o futuro?
A história de Giorgio Armani mostra que, mesmo os impérios mais sofisticados, precisam de planos claros para continuar existindo.
Planejar a sucessão da sua empresa é garantir não apenas a continuidade do negócio, mas a preservação da cultura, do patrimônio e dos vínculos familiares. É pensar no futuro com responsabilidade, profissionalismo e humanidade.