Fundada em 1902 por Tobias Sakowitz no Texas, a loja de departamentos “Sakowitz” teve um início humilde, assim como a maioria das empresas familiares. Logo no início, Tobias convidou seu irmão Simon para se juntar ao empreendimento. Em poucos anos, os irmãos conseguiram fazer a empresa crescer consideravelmente, abrindo uma segunda loja em Houston.
Em 1929, quando a segunda geração já se sentia pronta para assumir, foi quando os primeiros problemas começaram a dar sinais.
O filho de Tobias, Bernard, considerava-se como natural para dar andamento aos negócios, principalmente levando em conta que seu tio, Simon, não teve filhos homens, e seu irmão seguia uma carreira em outra área, sem interesse na liderança da empresa.
Porém, seu pai havia determinado que ele deveria começar por baixo, o que não o agradou. O livro “Empresas Familiares” de Gordon e Nicholson cita que Bernard gostava do status trazido pela posição e não contava com a possibilidade de precisar dividir o poder, principalmente com o marido de sua prima, Gaylord Johnson, que representaria a parte familiar de Simon.
Quando ambos precisaram trabalhar juntos, ficou claro para os funcionários que eles não formavam uma equipe coesa, já que ambos eram muito diferentes e não se entendiam. Ainda assim, a empresa vinha em um bom momento e não foi de fato prejudicada pela qualidade do trabalho em equipe da segunda geração.
Outro problema que surgiu um pouco mais à frente, foi sobre a distribuição de dividendos. Enquanto Bernard, agora no comando juntamente com seu filho Robert, era favorável ao reinvestimento, a outra parte da família, os herdeiros de Simon, questionavam e exigiam um retorno financeiro sobre as ações. Nesse impasse, a parte da família de Simon aceitou vender sua parte na empresa, e o próprio Simon, que ainda atuava na empresa, foi destituído do cargo, o que foi visto como uma humilhação pela família.
Em 1975, quando Bernard passou o bastão definitivamente para seu filho Robert, as coisas começaram a desandar de fato. A concorrência aumentou exponencialmente e o fluxo de caixa estava em um péssimo momento, após a compra das ações de parte da família. Ainda assim, Robert mantinha seu perfil ousado nos investimentos, financiados por empréstimos que se acumulavam, além de manter gastos altos, como voos extremamente caros em nome da empresa.
No entanto, por conta da má gestão da 2ª geração, despreparada para liderar o negócio a empresa foi à ruína e acabou fechando as portas definitivamente.
Nesse case, os ideais da primeira geração não foram passados à diante com sucesso, gerando uma série de sucessões mal realizadas, com escolhas duvidosas de familiares despreparados para liderança, muito focados no poder e com excesso de autoconfiança, que acabaram por levar a empresa – e a família – ao fracasso completo.
A falta de uma preparação adequada dos herdeiros, inclusive no que tange ao respeito ao patrimônio e às origens da herança que está sendo recebida pode, muito frequentemente, criar herdeiros e sucessores que, com a confiança de quem nunca precisou lutar para construir algo, acabam caindo facilmente na tradição de enriquecer e empobrecer em três gerações.
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Data: 17/11/2022